A doença renal crônica (DRC) é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e, em seus estágios mais avançados, o tratamento exige a substituição da função dos rins. Tradicionalmente, a hemodiálise é a terapia mais utilizada no Brasil, mas avanços tecnológicos vêm ampliando as opções disponíveis.
Entre essas inovações, destaca-se a hemodiafiltração (HDF), uma alternativa moderna que combina técnicas de diálise para oferecer uma remoção mais eficiente de toxinas e líquidos do organismo. Em grandes centros como São Paulo, esse método já está presente em clínicas especializadas, proporcionando novas perspectivas para pacientes com insuficiência renal avançada.
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O que é hemodiafiltração
A hemodiafiltração é um tratamento que associa dois processos: a hemodiálise e a hemofiltração. Enquanto a hemodiálise convencional utiliza a difusão para retirar moléculas pequenas do sangue (como ureia e creatinina), a hemodiafiltração acrescenta a convecção, capaz de eliminar moléculas maiores, chamadas de “médios solutos”, que também estão associadas a complicações da insuficiência renal.
Esse processo é realizado por meio de máquinas especializadas, que necessitam de água ultrapura e soluções específicas para garantir segurança e eficácia ao paciente.
Diferenças entre hemodiálise e hemodiafiltração
Embora ambos os métodos tenham o mesmo objetivo – substituir a função dos rins –, existem diferenças importantes entre eles:
- Hemodiálise convencional: remove preferencialmente moléculas pequenas, sendo eficaz para controle de ureia e creatinina, mas com menor capacidade de remover toxinas de médio peso molecular.
- Hemodiafiltração: associa difusão e convecção, ampliando a remoção dessas substâncias. Isso pode resultar em melhor controle de sintomas e redução de complicações a longo prazo.
Segundo estudos publicados pela Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) e artigos na Clinical Journal of the American Society of Nephrology (CJASN), a hemodiafiltração pode estar associada a menor mortalidade cardiovascular e melhor tolerância durante as sessões.
Benefícios potenciais da hemodiafiltração em São Paulo
Entre as vantagens observadas em pacientes que utilizam a hemodiafiltração, destacam-se:
- Maior remoção de toxinas: especialmente moléculas que estão relacionadas à inflamação e complicações cardiovasculares.
- Melhor estabilidade hemodinâmica: alguns pacientes apresentam menos quedas de pressão durante as sessões.
- Possível melhora na qualidade de vida: relatos indicam redução de sintomas como fadiga e câimbras.
- Resultados de longo prazo: pesquisas sugerem associação com menor risco de eventos cardiovasculares, uma das principais causas de mortalidade em pessoas com doença renal crônica.
É importante ressaltar que esses benefícios variam de paciente para paciente e devem sempre ser avaliados pelo nefrologista.
Desafios e limitações
Apesar das vantagens, a hemodiafiltração também apresenta limitações:
- Infraestrutura necessária: o método requer máquinas específicas e sistemas de purificação de água de alta qualidade, nem sempre disponíveis em todos os serviços.
- Custos mais elevados: comparada à hemodiálise convencional, a HDF pode ter maior custo operacional.
- Indicação médica criteriosa: nem todos os pacientes podem ser candidatos ideais para esse tipo de terapia.
Por isso, a escolha entre hemodiálise e hemodiafiltração deve ser feita de forma individualizada, considerando a condição clínica, a disponibilidade da técnica e a orientação médica.
Hemodiafiltração em São Paulo
São Paulo é referência nacional em nefrologia e concentra clínicas e hospitais que oferecem a hemodiafiltração, especialmente em centros de alta complexidade. A presença de equipes multiprofissionais, tecnologia avançada e programas de acompanhamento individualizado garante maior segurança e eficácia no tratamento.
Para pacientes com doença renal crônica, ter acesso a essa modalidade pode representar uma alternativa importante, sempre sob supervisão de um nefrologista.
A hemodiafiltração é uma alternativa moderna e promissora para o tratamento da insuficiência renal em estágio avançado. Ao combinar técnicas de hemodiálise e hemofiltração, esse método permite uma remoção mais ampla de toxinas, podendo trazer benefícios como maior estabilidade durante as sessões e potencial melhora da qualidade de vida.
Em São Paulo, clínicas especializadas já oferecem essa tecnologia, possibilitando que pacientes com doença renal crônica tenham acesso a opções terapêuticas atualizadas. No entanto, a decisão pelo tipo de tratamento deve sempre ser feita em conjunto com o médico especialista, considerando as necessidades individuais de cada paciente.
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