Hemodiafiltração no Brasil: como funciona o tratamento

Por: Dr. Braulio Ludovico | 17 novembro, 2025

Hemodiafiltração no Brasil: como funciona o tratamento

A hemodiafiltração (HDF) é uma modalidade avançada de terapia renal substitutiva que combina os princípios da hemodiálise e da hemofiltração para limpar o sangue de toxinas, remover líquidos excedentes e reduzir moléculas de tamanho médio que a hemodiálise convencional não consegue eliminar tão bem, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia.

Essa técnica utiliza, além da difusão típica da hemodiálise (movimento de solutos por diferença de concentrações), mecanismos de convecção (força de ultrafiltração + reposição de fluido estéril) para “arrastar” substâncias maiores, como algumas proteínas que se acumulam no quadro de insuficiência renal crônica. 

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Por que a hemodiafiltração pode ser vantajosa

Algumas das vantagens da HDF em comparação com hemodiálise convencional incluem:

  • Melhor remoção de toxinas de médio peso molecular, como β2-microglobulina, que estão ligadas a complicações inflamatórias ou amiloidose associada à diálise.
  • Menor instabilidade hemodinâmica durante as sessões, ou seja, episódios de queda de pressão arterial menos frequentes.
  • Possível melhor sensação de bem-estar após a sessão, maior disposição, melhora do controle de sintomas relacionados à retenção de toxinas.
  • Redução de internações ou menor mortalidade em alguns estudos, embora isso dependa bastante do tipo de hemodiafiltração, da qualidade da água usada, da infraestrutura e do seguimento clínico do paciente. 

Como funciona a hemodiafiltração no Brasil

Cobertura pelos planos de saúde

A hemodiafiltração online foi incorporada no rol de procedimentos obrigatórios pelos planos de saúde brasileiros pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Isso significa que pacientes com convênios têm direito a utilizar essa modalidade, desde que cumpram os critérios médicos. 

Disponibilidade em clínicas de diálise

Há centros no Brasil que já oferecem HDF, ou estão em processo de implementação. Um exemplo é da notícia de que a Santa Casa de Santos realizou sua primeira sessão de hemodiafiltração, ligando esse recurso à melhoria da qualidade de vida dos pacientes renais crônicos. 

Infraestrutura necessária

Para atendimento adequado, é preciso:

  • Máquinas de diálise capazes de realizar convecção + difusão, com controle rigoroso de volumes de reposição de fluido estéril;
  • Água ultrapura, para evitar contaminação do fluido de reposição;
  • Equipe médica nefrológica especializada que possa ajustar o tratamento conforme necessidades individuais, monitorando possíveis efeitos adversos. 

O papel do nefrologista / especialista em rim

O nefrologista é fundamental em todo esse processo, porque:

  • Avalia se o paciente é candidato adequado para HDF — levando em conta estágio da doença renal, comorbidades, volume de líquido a ser removido, acesso vascular, estado nutricional, etc.;
  • Define os parâmetros do tratamento: frequência, duração da sessão, volumes convectivos, reposição de fluido, etc.;
  • Acompanha possíveis complicações: desiquilíbrios eletrolíticos, efeitos cardíacos, infecções ou problemas no acesso vascular;
  • Ajusta o plano terapêutico conforme a resposta clínica, sempre considerando qualidade de vida, sintomas remanescentes e segurança;
  • Coordena com equipe multidisciplinar (nutrição, cardiologia, enfermagem) para otimizar os resultados.

Limitações e cuidados

Apesar dos benefícios, a hemodiafiltração não é necessariamente indicada para todos os pacientes. Alguns pontos de atenção:

  • Maior complexidade técnica e custo em relação à hemodiálise convencional;
  • Exigência de acesso vascular de bom fluxo, para suportar volumes convectivos maiores;
  • Necessidade de rigidez no controle da qualidade da água e esterilidade dos fluidos de reposição;
  • Risco de hemoconcentração ou outros efeitos se os volumes de reposição ou ultrafiltração não forem bem geridos.

Como saber se HDF é indicada para você

Se você está em tratamento renal, converse com seu nefrologista e alinhe:

  1. Estágio da doença renal — se for avançado e já exige substituição renal (diálise), pode haver indicação de HDF.
  2. Resposta às sessões de diálise — se houver sintomas persistentes, mal-estar, acúmulo de toxinas de difícil remoção, cansaço excessivo.
  3. Condições de saúde associadas — por exemplo, doenças cardiovasculares, inflamação crônica, nutrição deficiente, etc.
  4. Infraestrutura disponível — verificar se a clínica ou centro de diálise oferece HDF de qualidade: máquinas apropriadas, água ultrapura, equipe especializada.
  5. Cobertura do plano de saúde ou sistema de saúde — certificar-se da cobertura ou custos envolvidos.

A hemodiafiltração representa uma importante alternativa para pacientes com doença renal crônica, oferecendo avanços em remoção de toxinas, estabilidade hemodinâmica e potencial melhora da qualidade de vida.

Mas não é uma terapia “melhor para todos” automaticamente — é necessário que o nefrologista, o especialista em rim, avalie individualmente cada caso, levando em consideração os recursos disponíveis, as condições clínicas do paciente e a logística de tratamento.

Informar-se, discuta as opções com o Dr. Bráulio, nefrologista em São Paulo, e juntos vocês encontrarão a melhor forma de buscar os cuidados de saúde com qualidade, passos cruciais para que a terapia renal seja segura, eficaz e condizente com os objetivos de saúde.

Onde fazer avaliação para hemodiafiltração com nefrologista em São Paulo?

📍 Agende sua consulta com o Dr. Bráulio Ludovico, nefrologista em São Paulo, na clínica localizada na Avenida 11 de Junho, 1070 – Sala 1405, Ed. New Station – Vila Clementino, São Paulo – SP.

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